sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Frei Beto e a felicidade

Assinamos o Correio Braziliens de sexta à segunda. Ultimamente temos nos perguntado se a assinatura ainda vale à pena, visto que nossa tolerância para notícias ruins e violentas está muito baixa. Contudo, quando o jornal chega, vou abrindo e procurando as colunas que me interessam, a saber, Frei Beto, Elisa Lucinda, Maria Paula (na revista de domingo) e Conceição Freitas, que faz as crônicas de Brasília.

Qual a minha alegria hoje ao ler um texto simples, porém iluminador de Frei Beto. Sobre a felicidade. Começa com uma carta de uma mulher para ele, pedindo que ele a ajudasse a encontrar uma paixão na vida. Diz que é uma pessoa sem hobbies, que não sabe o que fazer para se sentir bem. E Frei, muito elegantemente, sugeriu que a moça comece a conversar com pessoas que fazem o que gostam, que procure fazer parte de algum grupo, de qualquer tipo, de trabalho social, voluntário, terapêutico.

Ao fim, ele discorre sobre a diferença entre ser feliz e estar alegre. Felicidade, para ele, é um estado de espírito, é estar de bem consigo mesmo, é se amar e amar o que está em sua volta. Ao passo que a alegria é passageira, vem em determinados momentos, mas não necessariamente acompanha a pessoa o tempo todo. No meu entender, posso ser uma pessoa feliz, de bem comigo mesma, estar em "tao" e, ao mesmo tempo estar com raiva, ou me sentir triste ou alegre. Mas essas emoções são passageiras, elas não afetam realmente o que eu sou.

Estou descobrindo aos poucos que a felicidade está no prazer das coisas que fazemos, ou não fazemos! Por exemplo: escrever para este blog me dá prazer de várias formas. Uma, óbvia, enquanto escrevo. Sinto um imenso prazer em redigir simplesmente o que quero. Segundo, ser lida é outro prazer. Terceiro, a possibilidade de encontrar outras pessoas que escrevem sobre o que lhes interessa, ou seja, o que gostam, gera mais prazer ainda! E a lista continua...

Outro exemplo: estou em operação organizacional de minha casa em ritmo de tartaruga. E alguns resultados já podem ser vistos, sentidos e até usufruidos! Tenho tido prazer não somente ao ver o resultado, mas durante o processo, durante o que faço. Estou gostando desses momentos, aproveitando! Porém, como ainda estou em aprendizado, às vezes caio na cobrança, ou na baixa auto-estima. E aí é que mora o perigo: a tal da cobrança.

Cobrança e prazer não combinam. Quando uma começa, o outro termina. O meu mundo e meu tempo não são os do mundo externo, das datas-limite, dos prazos, das metas, das recompensas e dos castigos! Muito pelo contrário, meu tempo é interno e diferente do ritmo frenético do mundo consumista, onde os objetos se tornam obsoletos rápirdo demais e pessoas da minha idade falam e se vestem como velhas, preocupadas agora com suas aposentadorias! Mas isso é outra história...

A questão é: estamos fazendo as coisas com prazer, porque queremos? Ou porque somos obrigados ou nos sentimos obrigados? E se assim for o caso, seremos sempre vítimas fáceis do "elixir da felicidade", que nada tem a ver com o seu espírito, com a sua alma. Para Frei Beto, ninguém mais feliz do que o mísitico, que procura em si mesmo as respostas para as suas próprias questões. E eu estou com ele e não abro!

Um comentário:

  1. La maldita cobranca realmente sempre estraga tudo. Aquela culpinha que da uma agonia no peito... realmente nao ajuda em nada, so faz a gente se sentir mal :P
    Muito bom. E melhor ainda saber que voce esta tao bem... saudade de voce, gatona! Em janeiro estarei ai.. vai ter que rolar uma tarde pulando na piscina com seus filhotes, ta? :)
    beijobeijo

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