segunda-feira, 18 de abril de 2011

O caminho do meio: vários caminhos possíveis

Esses dias tenho percebido como é importante simplesmente deixar as coisas serem como elas são e não ser radical em relação a nada. Eu disse uma coisa esta semana que chamou a minha própria atenção sobre isso.

Fomos almoçar no Beirute da Asa Norte (quem é de Brasília sabe como é: aquele bar aconchegante, cheio de gente legal, aquela comida deliciosa). Barriga cheia, bebê no colo, Gabriel solto e Nina com os primos. Não me lembro exatamente porque, mas João, minha sogra, Fátima, e eu, começamos a conversar sobre idade de ter filhos. Alguém na mesa falou sobre uma atriz famosa aí que teve filho aos 53 com um cara 30 anos mais jovem.

Aquilo me subiu na garganta e eu disse que era um absurdo, muito capricho da parte de quem quer ser mãe nesta idade. Aí falei da nova onda das mulheres inglesas (todas com mais de 50 anos) que têm engravidado de propósito e feito suas famílias nesta idade, onde supostamente o corpo da mulher deveria entrar em outra fase, de repouso em relação à fertilidade...

Logo percebi como fiquei alterada, revoltada mesmo. Como assim: ter filhos só para si, nem sabendo ao menos se terá condições de saúde para vê-los crescer e sem a menor chance de ser avó? e aquele caso da inglesa que teve filho aos quase 60 e morreu três anos depois deixando órfãos um casal de gêmeos? Fátima ainda tentou dizer que essas mulheres podem, nesta idade, querer deixar alguma coisa delas no mundo e tal, que não tinha opinião sobre o assunto. João disse que achava complicado, mas que não estava de acordo com meu radicalismo, logo eu, mãe tão ferrenha e defensora do feminino...

Pois é. Então, eu me pergunto: e daí? Será que existe idade ou momento certo para ser mãe? Quer dizer que uma mulher madura não pode porque está velha demais e uma adolescente também não pode porque está nova demais? E quantas adolescentes têm por aí que foram mães muito jovens e são melhores mães do que mulheres que esperaram o "momento certo" para engravidar? Pode ser que uma mulher de 50 só se sinta mulher o suficiente para ser mãe nesta idade... Bom, com certeza não é o que quero para mim mesma, mas quem sou eu afinal para julgá-las?

No fim das contas, cada mulhar deve saber o seu momento de ser mãe, se é que ela quer mesmo esta responsabilidade. Sim, porque todos no mundo existem porque suas mãe os colocaram no mundo, chegaram aqui através delas.

Gosto de me observar e de me questionar. Sinto que assim as oportunidades aparecem. Não existe um caminho só para todos e todas, as possibilidades são infinitas. "Nem tanto ao céu, nem tanto ao mar", com dizem por aí. E como disse o grande Pessoa:"tudo vale a pena se a alma não é pequena", não é mesmo?