sábado, 25 de abril de 2009

Cantarolinda

Uma menina de biquini
Saltitante, pega o seu guarda-chuva vermelho
Faz chuva? Faz sol?
Nenhum dos dois

Abre o seu guarda-chuva
E sai a cantarolar
Vai e volta
Deixa o guarda-chuva
E senta-se na rede

Balança, balança
pia e canta
Cala-se.
Fecha os olhos.

Novamente de pé
Pega a bola
joga futebol
chuta, pula, corre
Ofegante, risonha...

A mãe interrompe e diz
Hora do banho!
Ah, manhê... só mais um pouquinho!
Tá bom. Mais um pouquinho


..................................................................


A avó pergunta se o bico do neném foi por causa do tombo de há três semanas. A mãe ri e diz que não, que o menino é bicudinho mesmo, parecido com seu vovô!


.................................................................


O neném é pleno
Em seu sono, em suas brincadeiras
Enquanto se alimenta
enquanto chora ou ri
Tudo no neném é por inteiro
Como ele é belo e feliz
Fazendo só uma coisa de cada vez

sexta-feira, 24 de abril de 2009

E-mail que recebi

"O desrespeito a cultura e a educação em Brasília estão sendo levados ao extremo pelo Governo Arruda". Leia o texto e não deixe de repassar....


E a comemoração dos 49 anos, como disse
um amigo é só ensaio, espere pra ver o que eles aprontarão nos 50 anos ..............

--------------------------------------------------------------------------------



Solicito aos amigos e amigas que repassem.



---------

À Secretaria de Cultura do DF

Sr. Silvestre Gorgulho - Secretário

Sr. Beto Sales – Subsecretário

Brasília, 12 de abril de 2009.



Senhores,



Aproxima-se o aniversário de Brasília, dos seus 49 anos, e a cidade continua carente de projetos culturais sólidos. As discussões comumente giram em torno apenas do FAC, aquele fundo cuja verba os senhores são responsáveis por atrasar e protelar, deixando boa parte dos artistas brasilienses com suas produções no meio do caminho, onde há sempre “uma pedra”, “uma pedra”, “uma pedra” chamada politicagem de gabinete. Somos sempre informados de que ‘pareceristas’ serão contratados e que haverá maior agilidade na liberação dos recursos, das dificuldades do governo etc. Lamentavelmente, os senhores não falam a verdade.



No entanto, em paralelo a essa postura, aliás, embasada por um discurso salva-almas, como o de determinadas igrejas do mundo midiático moderno, somos surpreendidos com a notícia de que um tal Edu Casanova, célebre desconhecido da “axé music” recebeu R$ 800.000,00 da BrasiliaTur para divulgar o aniversário da cidade no carnaval baiano, e ainda, de quebra, o convite para escrever o hino dos 50 anos, uma letra por sinal medíocre, divulgada pelo Correio Braziliense. Poetas como Cassiano Nunes, Fernando Mendes Viana ou Renato Russo devem estar dando cambalhotas no túmulo... De tanto rir. Agora, na divulgação da programação das festividades de 21 de abril (http://www.youtube.com/watch?v=QkHSM6BkvM8, vídeo feito por Cacai Nunes), levamos um soco na cara, no formato de notícia de que para mostrar a “alma da cidade” (palavras do Sr. vice-governador), teremos como principais atrações Xuxa e Cláudia Leite, sem dúvida, duas das principais referências no que diz respeito ao que de pior a indústria cultural já produziu no Brasil nos últimos anos, com cerca de R$ 950.000, 00 de cachê só para as duas, sem contar o restante da programação. E tudo isso, segundo o Sr. Roney Nemer, demissionário da BrasiliaTur, com a anuência da Secretaria de Cultura do DF. E mais uma vez, os artistas da cidade são desrespeitados. Cabe-lhes apenas o papel de coadjuvantes em sua própria festa, em sua própria casa e de sua própria história.



Tais fatos, senhores, reflete um outro grande mal da política brasileira, ou seja, a velha fórmula do “pão e circo”. Os senhores adotam as mesmas e viciadas estratégias do coronel do cerrado Joaquim Roriz, que teve que renunciar ao cargo de senador, da mesma forma que o vosso governador José Roberto Arruda, diante de denúncias sobre querer se beneficiar de forma particular no uso de um cargo público. É aquela mesma visão política que entende o povo como “povão”, uma espécie de massa disforme sem identidade ou vontade própria; e não como gente que pensa, trabalha e sua na construção do país. Que não vê a arte como instrumento fundamental para a construção de um mundo melhor, e que ao mesmo tempo abre espaço para os oportunistas que se alimentam da miséria cultural para vomitar a alienação pérfida de todos os dias.



Pergunto: Os senhores se sentem bem concordando com tudo isso? Os senhores conseguem olhar para os próprios filhos todas as manhãs, sabendo que lá fora a cidade está ficando cada vez mais violenta, pois entre tantos fatores responsáveis por isso, é órfã de políticas culturais e educacionais que promovam a paz e a construção do pensamento crítico e cidadão? Os senhores se sentem realizados humana e profissionalmente nos cargos que ocupam ou se acomodam diante da transitoriedade de um cargo político abençoado por conchavos de bastidores, que após um “lava-mãos” regado ao cafezinho morno de uma repartição pública, suas consciências repousarão tranqüilas?



A classe artística de nossa cidade se sente cansada, usada, desrespeitada e violentada diante desse governo. Educação e cultura para os senhores são valores meramente imediatistas, e que, definitivamente, não constam de sua plataforma de projetos ou de trabalho.



Nosso alento, no entanto, é saber que vocês passarão (sem nunca terem vindo). Seria mais digno se os senhores colocassem seus cargos a disposição, pois a Secretaria de Cultura atualmente não passa de um simples anexo da BrasíliaTur.



Triste biografia.



Atenciosamente,



Adeilton Lima - Ator

quarta-feira, 22 de abril de 2009

22 de abril: descobrimento do Brasil. (?)

Logo cedo pela manhã na feira de orgânicos, uma senhora chega perto de mim com um celular dizendo estar fazendo uma pesquisa como voluntária para uma rádio de Brasília. A pergunta é uma só, rápida e direta: "A senhora sabe o que se comemora hoje no Brasil?" E eu, preocupada com meus alimentos e os de minha família: "Hoje? 22 de abril? Não, não sei não." E aquela cara de desprezo da senhora que disse: "Ah, não sabe? Mais uma!"

Depois disso, ela interregou uma outra senhora, que sabia a resposta certa e ainda acrescentou para a outra que ontem foi "Dia de Tiradentes"! Pronto! Prato feito para as duas começarem a falar dos jovens de hoje, que não sabem nada, têm preguiça de pensar, pra tudo uma calculadora, meu Deus! E eu, ouvindo, com aquela cara de "eu mereço", mas ao mesmo tempo nem ligando muito. Tenho total conciência que não me enquadro no grupo dos "jovens antipatriotas e ignorantes", no qual elas certamente gostariam de me enquadrar.

Tudo bem, eu confesso que foi um mico. Ainda mais quando chego em casa e faço a mesma pergunta pra minha filha, de OITO anos e que NÃO estuda no sistema brasileiro, e ela de primeira diz: "descobrimento do Brasil, ué!" Ficamos eu e João olhando um pro outro dizendo que a gente achava que tivesse sido ontem. De fato! Ontem me deu aquela vontade de participar de alguma coisa, algo brasileiro, sei lá! E concordei em encontrar nossos amigos franceses na Esplanada pra ver o show do "Mobile Homme".

Chagamos na Esplanada uma hora antes. João, vindo direto da rodoferroviária (estava em Gyn City, bem cansado...) Um calor, um sol de lascar! Gabriel, morrendo de sono e já irritado. Nina querendo ficar SEM boné! No momento em que pisamos na grama, bateu aquele arrependimento: gente pra tudo que é lado, uma banda de punk rock desafinada em um palco. E quando chegamos à sombra milagrosa da Biblioteca Nacional, o pior: gente e lixo para todos os lugares que olhávamos. Que desânimo...

Durante o tempo todo que ficamos lá esperando, várias coisas passaram pela minha cabeça. Por que essas pessoas estão sujando a rua? Por que essa bagunça? Tinha arroz, casca de laranja no chão. E se você se arriscasse a ir aonde tinha sol, na frente do museu, aquele bando de crianças gritando e brincando naqueles laguinhos... Ah! Socorro!!! Pelo menos elas estavam se refrescando e estavam se divertindo muito mais do que eu.

Bom, a questão é que é em momentos como esse que me sinto muito, mas muito distante dos brasileiros. É triste, é bairrista, eu sei. Mas não posso negar. Logo eu, que me interesso tanto e já li e continuo lendo sobre a formação do nosso país. Não tenho formação em antropologia, nem história, mas ADORO tudo que diz respeito ao Brasil nesse sentido. Mas quanto mais a gente estuda e reflete, mais a gente se dá conta da loucura que é esse país, de como gente como eu e João e muito provavelmente você, leitor, está distante da grande massa de brasileiros paupérrimos, aculturados, desaculturados, corrompidos, enganados, analfabetos, injustiçados, mas também às vezes acomodados.

E aí eu me pergunto, como já fazia Renato Russo: "QUE PAÍS É ESSE?" Que descobrimento é esse? O que afinal temos pra comemorar? Para mim, o Brasil ainda não se descobriu. O meu e o seu Brasil ainda é muito pequeno. O remédio? Não sei. Só sei que há que se descobrir cada vez mais formas de aumentar essa ilhota da qual fazemos parte e aí, quem sabe um dia, eu vou poder me reconhecer como brasileira no meio do povo!

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Ninoca doentinha

Uma das grandes vantagens de poder estar com minha família em tempo integral é que quando alguém fica doentinho, a mamãe aqui pode cuidar deste ser especial sem ter que ficar preocupada com o mundo exterior. É isso aí!

Nina agora ficou dodói. Ontem à tarde começou a ficar molinha e pimba: febrinha à noite! Como boa ariana, ela é muito ativa e está sempre fazendo mil coisas. Dorme bem à noite, mas eu e João gostaríamos que ela fosse dormir mais cedo durante os períodos de aula. NO entanto, somos rígidos: hora de escovar os dentes, ler livrinho, ficar quietinha... Bom, a questão é que eu acho que ela vive sempre no limite. E aí, quando ela passa um pouquinho desse limite: tome dor de cabeça e febre! É como se diz por aí: "criança não fica cansada, fica doente". Mas tudo bem, tá aqui quietinha, descansando, tomando suas bolinhas homeopáticas. Acho que não é nada demais. Ela só precisa ficar descansando mesmo...

E está aí a grande vantagem: mamãe está aqui, à disposição dela, sem compromissos, prazos, chatices... Bom, é claro que nem tudo são flores, porque eu tenho sim coisas a resolver no mundo objetivo: mercado, papelada da bolsa da escola francesa, contas, enfim; a gente também não mora em Marte, né? hehehe

Enquanto ela fica aqui e eu fico de olho nela, vou curtindo meu Gabiroba, que está incrível! Não sei se sou eu a grudada nele ou se é ele que gruda em mim... só sei que é uma delícia ficarmos grudadinhos um no outro o dia todo! É no colo, no peito, na rede, dando papá: coisa boa demais esse trem de cuidar de neném! Falando nisso, tem um cocozinho me esperando naquela fraldinha... gotta go!

Depois tem mais, minha gente!

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Nina na NOSSA horta ; )

Na casa nova

Já nos mudamos há quase três semanas. Aqui é silencioso. Tem saguis, tucanos que aparecem de vez em quando, pássaros que não sei o nome, mas que cantam e embelezam. Tem muitos galos, que cacarejam várias vezes ao dia, algumas galinhas e três galinhas d'angola, que fazem barulho por todas as galinhas juntas!

Nesta manhã de feriado, enquanto papai tenta colocar o bebê para dormir, Nina está na rede da varanda lendo... E eu, finalmente, tive um tempinho para escrever aqui. A arrumação tem estado lenta. Este é o primeiro fim-de-semana que ficamos aqui quietos. No primeiro, teve a badalação da festa da Nina (que aliás, ficou linda cheia de origamis! - depois coloco uma foto) e no outro, eu não estava aqui...

Até a chuva deu uma trégua hoje: inacreditável! Está uma manhã linda, agradável, ensolarada. Só escuto passarinhos, uma mosca chata, acho que grilos, (talvez uma cigarra?), ah sim! e o galo... É muito interessante o silêncio dessa roça na cidade.

Como podem ver, a Nina já estreou na horta e até João já capinou! Só eu ainda não botei a mão na terra... Mas hoje ela não me escapa! Tenho três mudinhas para plantar: duas babosas e manjericão. Acho que devagar eu consigo chegar lá. Sou leiga em tudo da roça! É uma fase de adaptação de uma família inteira acostumada a apartamentos.

O gato? Pensem numa criatura feliz! Hoje ele caçou um super calango que estava aqui na sala (blerg!). E no outro dia, ele me trouxe uma passarinho de presente preso no boca. Ele está muito engraçado. Corre de cachorro que é uma beleza. Durante o dia sai por aí, depois volta, dorme, come e tal. Durante a noite, ele dorme aqui na sala. Não queremos correr o risco dele ser mordido durante a noite!...

Gabriel voltou mais fofinho da viagem! Agora come biscoitinho e não pára de falar: é um neném falador, um tchutchuruco!

Tenham todos um bom dia e não deixem de conferir a estréia da família Dias Reino no YouTube!