sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Meteoros e flores

Hoje de manhã me disseram que houve uma chuva de meteoros esta madrugada. Aposto que deve ter sido linda. Bem cedinho, eu saí para dar uma caminhada. O arzinho frio da seca atiçava os meus poros. Então eu vi. Não os meteoros no céu, mas as flores de bouganville na terra. Eu estava de casaco rosa escuro e as flores eram do tom do meu casaco. Mas acho que era o contrário: sou eu quem está no mesmo tom das flores desabrochadas.

Os ipês já floresceram e já sumiram de novo com seus galhos secos, sem flores e sem folhas. Primeiro, os roxos (que têm uma coloração rósea, na verdade), depois os magníficos amarelos. E agora os bouganville de jardim colorem a seca de Brasília. São vários os tons das folres que contrastam com a grama seca e praticamente marrom: rosa-choque, rosa claro, escuro, enfim, enchem os olhos dos que podem vê-las.

Penso em como são efêmeras as flores. Ainda bem! E o que não é? Tudo é passageiro. As flores brotam, desabrocham, vivem exuberantes e depois vão embora, dando lugar a outras belas flores. E no fim das contas, o que não é assim também?

Grávida de novo, sou uma flor se preparando para se abrir e se mostrar para o mundo. Mas a gravidez passará e dará lugar a um novo ser, que mudará dia após dia, que mudará a vida de todas as pessoas que o rodeiam, principalmente a minha. Hoje vivi uma coisa curiosa. Cuidei de minha sobrinha de 3 meses por 45 minutos. E ela chorou praticamente todo o tempo... Minha cunhada, sua mãe, havia ido ao salão aqui do lado e me pediu para ficar com a neném. Eu aceitei, é claro. Imaginem: uma bolinha irresistível!

Mas acho que ela, além de estar com muito sono e não ter sentido a presença da mãe em lugar nenhum, estranhou o meu colo. Foi muito interessante ter um bebê nos braços que não era meu e não conseguir reconfortá-lo. Gabriel também sentiu a pressão e chorou também, querendo o meu colo. A mãe então chegou e a neném fez questão de deixar bem claro que não gostou de ter ficado com a titia sozinha. Chorou magoada ainda um tempo e só agora (uma hora e meia depois) está realmente relaxada e tranquila nos braços que a ela pertecem: os de sua mãe.

Quanta riqueza, quanta beleza neste mundo! Céu, meteoros, terra, flores, crianças nascendo, chorando, crescendo e sorrindo novamente...