Estou com uma vontade enorme não sei exatamente do quê! Vontade de criar algo, de reunir pessoas, conversar, trocar experiências...
Como moro fora da cidade, não tenho convívio direto com outras pessoas. Isso é muito bom por um lado e um pouco difícil por outro. A coisa boa é que sou sempre eu no meu ritmo, no ritmo das crianças, com alguns compromissos fora de casa. As coisas só complicam quando dá uma vontade grande de se socializar mais.
Agora, por exemplo, só estamos eu e Gabriel em casa. João saiu e Nina está passeando com minha mãe. Estou no quarto onde está o computador com a internet, mas de ouvido em pé, pois Gabriel está "solto" e preciso ficar ligada. Levantei-me e o encontrei na sala, com um livrinho na mão... "Coucou Lili". Vira e mexe dou uma andadinha para ver o que ele está fazendo e ele vem me visitar às vezes ...
Os encontros do Ventre Livre têm sido de grande importância para mim - são as sextas livres com temas variados, mas como não estou seguindo nenhum curso por lá, não tenho reais ligações com ninguém. A minha vontade era me reunir com outras mães e seus filhos e compartilhar um pouco o meu universo maternal e ouvir e trocar com outras mulheres. Gostaria de estar mais perto de um maior número de mulheres, conversando, cozinhando, costurando, cantando, dançando, rindo, chorando... Enfim, participar de algum grupo de mulheres com interesses parecidos com os meus.
Há muitas dificuldades para pôr em prática esta ideia (obs.: sinto falta do acento!). E não sei por onde começar...
Ao mesmo tempo, estou lendo e relendo quatro livrinhos: um é o "Atarantada", livro de poesias de Noélia Ribeiro (a Nonô da música do eixão), tia do João; dois livros de Nicolas Behr: "Poesília", poemas antigos e recentes sobre Brasília e "Menino Diamantino", sobre sua infância; o último livro é o livro do "Cabeças", de Néio Lúcio (pai de minha irmã Tainá). Enfim, por que falar desses livros e pessoas agora? Simplesmente porque são livros e pessoas inspiradoras, criativas e que fizeram muito por esta cidade onde eu cresci e moro.
Como sabem, venho de família artística presente e ainda ativa e os livros acima fazem parte da minha história também. O livro do Néio narra os acontecimentos do projeto de sua criação, o Cabeças, que em princípio era uma galeria de arte, depois virou concerto ao ar livre, com um milhão de propostas artísticas, que pretendiam envolver moradores e cidadãos de Brasília no fim dos anos 70 e no início dos 80. Reunir, criar, curtir juntos. Pelo meu entender, esses eram alguns dos objetivos. Foi um movimento inovador, que inspirou e reuniu artistas de vários segmentos desta cidade, fazendo borbulhar arte nas entrequadras e no parque da cidade... Enfim, algo realmente empolgante! Meus pais, meus avós e dois dos meus tios foram fundadores desse negócio; ou seja, cresci naquele meio...
E agora, neste novo momento de vida, com meus filhos pequenos, em casa, batalhando pelo auto-conhecimento, pela qualidade de vida, pelo respeito, quero uma vida mais artística, mais empolgante, onde as pessoas se reunam mesmo e criem! Acho que este blog está bem em sintonia com esses sentimentos. Enfim, devaneios, desabafos, leituras, delírios, desejos... Há que se saber o momento de agir. Ele vai chegar!...
Adoro ler seus textos Maíra, você sempre cria algo muito gostoso e interessante de ler, consigo sentir a sua sede de se socializar num grupo. E é o que faz aqui, socializa essa coragem do autoconhecimento. Que posso dizer que não é nada fácil!
ResponderExcluirParabéns, crie mais e coloque aqui pra nós!
Bjão
Fabí