domingo, 14 de março de 2010

Mulher é premiada por filme masculino

Interessantíssimo o texto especial de Karina Gomes Barbosa para o Correio Braziliense de ontem, intitulado "O dia em que roubaram o meu Oscar". A chamada diz: "A masculinidade da história de Guerra ao Terror prova que uma mulher só está apta a ganhar um Oscar de melhor direção quando se aventura justamente no território do homem."

Kathryn Bigelow foi a primeira mulher da história a ser premiada como diretora pela academia. Eu não vi o filme, nem assisti à entrega do Oscar. Mas li o texto de Karina e ele me fez refletir sobre este fenômeno de "reconhecimento" da mulher em questões masculinas. Não sou cinéfila, muito menos tenho dados e nomes de diretores e diretoras e seus filmes, prêmios e desilusões e etc. Porém, Karina me pareceu saber direitinho o que estava dizendo quando cita Barbara Streisand, por exemplo, e seus belos filmes, com temas bem femininos e suas derrotas na academia.

Que fique bem claro: há muitas diretoras de filmes por aí, tão competentes quanto os homens. Mas eis que esta diretora só foi premiada por um filme com tema de guerra e seus soldados no Iraque... Francamente! Será que este é o único assunto interessante atualmente?

Este fato me fez pensar novamente neste desequilíbrio entre o feminino e o masculino. Todos nós somos dois: ying e yang, feminino e masculino... Não é só uma questão de ser biologicamente mulher ou homem, são características arquetípicas talvez intrínsecas ao feminino e ao masculino... Não tenho certeza se vivemos em um mundo mais masculinizado ou não, mas tenho certeza que as mulheres desta época estão mais masculinizadas sim.

Por quê? São características masculinas a ação, a competitividade, o prover, a guerra, o lutar, sei lá! São mais femininas características como o cuidar, o nutrir, o ouvir, a tolerância e a subjetividade. Não estou negando as conquistas feministas, nem os direitos civis das mulheres, o direito de ir e vir, estudar, votar, vencer e tudo mais... Mas as mulheres meio que se perderam no mundo masculino, querendo se igualar a eles... Mas não somos iguais. Como eu disse: perdeu-se o equilíbrio entre o feminino e o masculino e o masculino se manifesta mais e é mais forte nas mulheres hoje em dia...

E acho uma pena, pois as mulheres têm tanto a dizer, tanto a dar para este mundo caótico! Mesmo que não sejamos reconhecidas por prêmios (em sua maioria organizados por homens, que também estão desequilibrados), há mulheres equilibradas por aí, pulsando com sua feminilidade e produzindo coisas belíssimas, fazendo a diferença em vários locais do mundo. Eu estou nesta busca: da minha própria feminilidade.

No meu caso, esta busca pessoal se deu no momento que assumi a maternidade por inteiro. O meu eu mulher, feminino, pulsa com esta minha volta para casa e esta disponibilidade para o outro, ao mesmo tempo que me disponibilizei para mim mesma. E acho que estou me reequilibrando... Cheers!

2 comentários:

  1. É isso Maíra... sabe os quadros pintados dos tempos de antes das mulheres redondas... e hoje? as revistas de mulheres capas retas, anoréxicas... andrógenas... o masculina fica até no corpo magro... conversa que dá pano para manga... bjs
    Fernanda

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  2. Mamá minha amiga, eu também fico indignada com todo esse machismo, toda essa preferência pelo que é do homem, sempre, em praticamente qualquer meio.. Mas acho também que, nós como mulheres, não devemos ser sempre as submissas e obedientes. Eu defendo minha opinião e minhas escolhas até o fim, não cedo por qualquer coisa!

    E se organize mesmo e venha me visitar quando quiser! Podemos descer com as crianças, tem um parquinho aqui que Marcelo adora, aposto que Biel vai se divertir!!

    Beijocas!

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Olá! Grata pela visita.

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Até mais!