domingo, 28 de março de 2010

E-mail à equipe da Revista do Correio

Gente, na capa da Revista do Correio de hoje, a seguinte chamada: "A revolução das donas de casa". Saiu uma reportagem sobre este assunto que tanto me interessa e eu escrevi o seguinte e-mail para a revista, posicionando-me sobre o que mais me chamou a atenção na reportagem. Confiram!


Prezada Equipe da Revista do Correio,

Gostaria de dizer que achei interessante a matéria sobre as donas-de-casa, grupo do qual faço parte por opção e amor a mim mesma e a minha família. E, ao mesmo tempo, manifestar minha indignação às seguintes palavras da repórter Maria Fernanda Seixas no trecho que segue: "... outras vertentes intelectuais chamam que a sociedade enfrenta um retrocesso com relação a conquistas femininas importantes, como o espaço no mercado de trabalho, a não opção pelo parto normal, a pílula anticoncepcional, o leite em pó, etc..."
Primeiramente, gostaria de dizer que estas chamadas "conquistas" não têm nada de femininas. Elas são, antes de mais nada, conquistas da indústria. Leite em pó? Ganho para a indústria alimentícia de massa, que insiste em iludir os consumidores de que suas fórmulas são mais benéficas para as crianças que o leite materno. A cinquentona pílula anticoncepcional? Nota mil para a indústria farmacêutica, que ilude a população ao desempoderar e distanciar as mulheres cada vez mais do próprio corpo. Minha gente, só engravida quem quer!!! É possível sim conhecer o seu próprio ciclo menstrual e a partir daí, sem dar dinheiro para a indústria, decidir se quer ter filhos ou não. Não opção de parto normal? Papo para boi dormir! Quem ganha com as cesarianas desnecessárias? Os planos de saúde, os hospitais, os médicos inescrupulosos, que só pensam em engordar suas contas bancárias e por aí vai. Mercado de trabalho? Em um mundo competitivo, onde a mulher, além de competir com o homem, ainda tem que dar conta do trabalho doméstico, da criação dos filhos, obedecendo a padrões que nada têm de femininos. E o que é pior: o triunfo das pessoas que ganham rios de dinheiro com tudo isso, fazendo as mulheres acreditarem que o que é bom é ter cesariana com dia marcado (sendo que o neném nem deu sinal de que quer sair), em um hospital chiquérrimo e caríssimo; que a carreira e o dinheiro, em detrimento da qualidade de vida com a família, é mais importante (queremos ou não indivíduos melhores?); que voltar a trabalhar com um bebê pequeno em casa é mais "vantajoso", pois não se perderá dinheiro, nem prestígio; que ter seus ciclos hormonais controlados por hormônios sintéticos, caros e maléficos é o melhor; enfim, uma série de bobagens que distanciam as mulheres cada vez mais do seu papel CRIADOR.
Eu faço parte desse movimento (mundial) da volta para casa e convido você a visitar meus blogs:

www.minhacasaminhaalma.blogspot.com

www.violinosuzukiemcasa.blogspot.com

Sem mais, Maíra Bezzi.

2 comentários:

  1. è impressionante né Maira! Mas fazer o que? os caminhos que escolhemos da natureza assobiam na natureza pois as buzinas da cidade fazem tanto barulho que abafam nos cantares... abafam la para eles, porque quem desfruta do natural, escuta e canta junto!
    beijo

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  2. Olá Maíra, como vai? Tudo bem? Estava procurando uma matéria minha antiga e encontrei seu blog na busca. Sou a repórter que escreveu a reportagem citada. Sei que faz muiiito tempo, mas queria aproveitar o espaço para esclarecer e quem sabe amenizar sua indignação. Quando escrevemos uma reportagem é nossa obrigação como jornalista apurar todos os lados e visões sobre a notícia em questão. A reportagem falava sobre mulheres que optaram por retornar ao lar, contava suas historias, conquistas, a quebra do preconceito e a visão dos profissionais que aclamavam esse retorno. Em busca da imparcialidade, a reportagem, naturalmente, procurou a visão de quem pensa diferente. E a mostrou na reportagem. Acho que sem esse outro lado a matéria se empobrece. Perdemos a oportunidade de conhecer um pensamento diferente, analisá-lo... mesmo que seja atrasado, temos uma melhor noção do que a sociedade pensa quando ouvimos dois lados. Em nenhum momento o que foi escrito registrava o que eu penso, apenas um fato. De que existe uma vertente intelectual que acha a volta ao lar um retrocesso. Achei que dentro de uma matéria tão bonita que enaltecia mulheres que as mulheres, esse tipo de indignação não existiria. Espero que a tenha amenizado =) um beijo!

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