terça-feira, 13 de abril de 2010

Inventário da Horta

Hoje pela manhã, eu desenterrei (isso mesmo) algumas batatas yacon da minha horta. Depois sentei-me e fiz o inventário dela, uma coisa que já estava querendo fazer há a algum tempo, tão simples, mas que ainda não tinha feito. Um levantamento quantitativo e qualitativo do que já existiu e do que existe e possivelmente existirá nesse lugar fantástico, onde a natureza simplesmente acontece e sou eu quem ganha os créditos e aproveito seu alimento!

Há um ano atrás, quando nos mudamos para a chácara, a horta era uma emaranhado de pés de jiló velhos e muito, mas muito mato mesmo. Ela estava demarcada por uma cerca e havia seis canteiros (os mesmos que mantenho até hoje). É uma horta grande. No início, só muita terra, mato e adubo com restos de entulho. Vocês podem ver o vídeo da Ninoca na horta há exatamente um ano atrás aqui. Aos poucos, a horta foi aparecendo.

Lembro que as primeiras coisas que plantei ficaram na cerca. Eu simplesmente não ousava ir além da cerca, não me achava digna, nem capaz de adentrar este espaço que me parecia tão alienígena. Em maio de 2009, fomos ao aniversário da nossa amiga Carol (visitem seu fantástico blog aqui) e sua mãe, que é agrônoma aposentada e artista também, me presenteou com várias mudas: babosa, manjericão, batata yacon, hortelã, orégano e amora. Essas duas últimas foram as únicas que não pegaram...

E assim, comecei a horta. Pela beiradinha, discretamente, surgia uma paixão e um respeito pelas plantas que eu jamais havia vivenciado. Minha primeira grande empreitada foi me matricular no curso de horta orgânica (vocês podem conferir minha experiência aqui). Mais encorajada, preparei os dois primeiros canteiros. Paulão (meu sogro querido) me ajudou com as mudas de couve. Eu não tinha coragem de plantá-las! Então, ele as plantou. Tivemos muita couve até recentemente, quando as lagartas destruíram por completo um a um os meus três pés...

Do lado da couve: cenoura, rabanete, salsa e nirá, que ganhei do Paulão. Passei por poucas e boas com essas hortaliças. Entrei em crise com as formigas e observando-as atentamente acabei por me tornar uma amiga e aliada. Eu conversei com elas e fiz um trato: elas podiam ficar com aquelas cenouras e os rabanetes também. Depois disso, comecei a levar bem mais de boa a presença dos animais "indesejáveis"...

No outro canteiro: cebolinha, com mudas que me foram ofertadas pelo pai do dono da chácara, que planta um monte de coisas lá embaixo, rúcula, mais manjericão e alface. Essa foi a primeira fase da horta, intuitiva, e praticamente com a ajuda dos outros. E foi muito bem sucedida! Depois eu vivenciei certas dificuldades: pouca água, sementes que não germinavam, mais bichos (principalmente lagartas, que comem tudo!)

Até que decidi produzir algumas sementes. Fiz mudas de tomates-cereja, variedade da Embrapa, mais compridinhos, e maracujá. Nessa época, também plantei mais plantas medicinais: boldo do chile, guaco e arnica do mato. Aí apareceu o Batista (caseiro da casa da Carol, um homem fabuloso) e disse que eu deveria plantar mandioca e milho do lado da horta. Eu acatei à sua sugestão e o resultado foi milho este ano (confiram aqui) e lindos pés de mandioca, que devo colher no fim do ano!

Aí veio a fase mais madura e ousada: pimenta-de-cheiro, pimenta-malagueta (falsa, porque não arde), girassóis e as mudas de tomatinhos que eu mesma tinha feito! Produzi semente de rúcula, de girassol e de coentro. Que orgulho! Para alguém que sempre se julgou incapaz de tomar conta de uma planta, eu virei uma bruxa com varinha-de-condão! hahaha

A partir de amanhã (Lua Nova), poderei plantar umas mudinhas que estão esperando: alface e couve-flor. O maracujá está enorme e ainda não deu, mas acho que vai dar em breve. Já tenho plantado também (e dando!): quiabo e pepino caipira. É, estou prosa e satisfeitíssima! A terra me ensina diariamente que posso contar com ela, que a vida vem dela, que ela recebe a morte também e se renova todos os dias. É um aprendizado diário, como a própria vida. É preciso paciência, dedicação e disponibilidade. Depois, é só aproveitar o que a terra tem para nos dar! E bom apetite!

3 comentários:

  1. Mairavilhosa é esta horta e eu já pude comprovar alguns dos seus gostos! Que bom! E que delícia! Parabésns pelas suas hortas. E ver a Nina foi muito bom também! beijos

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  2. Olá Maíra! Hoje é quinta-feira, uma correria. Não repare em minha visita relâmpago, mas venho lhe convidar para ler o novo capítulo de “O Diário de Bronson (O Chamado)” e deixar o seu comentário.

    Retornarei com melhores modos e mais tempo. Tenha uma ótima semana. Abraço do Jefhcardoso!

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  3. Olá gostaria de convidá-lo a conhecer meu trabalho através do blog Ecos do Teleco Teço (WWW.ECOSDOTELECOTECO.BLOGSPOT.COM) . Grande abraço e sucesso com sua proposta !! Axé

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Olá! Grata pela visita.

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