"O desrespeito a cultura e a educação em Brasília estão sendo levados ao extremo pelo Governo Arruda". Leia o texto e não deixe de repassar....
E a comemoração dos 49 anos, como disse
um amigo é só ensaio, espere pra ver o que eles aprontarão nos 50 anos ..............
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Solicito aos amigos e amigas que repassem.
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À Secretaria de Cultura do DF
Sr. Silvestre Gorgulho - Secretário
Sr. Beto Sales – Subsecretário
Brasília, 12 de abril de 2009.
Senhores,
Aproxima-se o aniversário de Brasília, dos seus 49 anos, e a cidade continua carente de projetos culturais sólidos. As discussões comumente giram em torno apenas do FAC, aquele fundo cuja verba os senhores são responsáveis por atrasar e protelar, deixando boa parte dos artistas brasilienses com suas produções no meio do caminho, onde há sempre “uma pedra”, “uma pedra”, “uma pedra” chamada politicagem de gabinete. Somos sempre informados de que ‘pareceristas’ serão contratados e que haverá maior agilidade na liberação dos recursos, das dificuldades do governo etc. Lamentavelmente, os senhores não falam a verdade.
No entanto, em paralelo a essa postura, aliás, embasada por um discurso salva-almas, como o de determinadas igrejas do mundo midiático moderno, somos surpreendidos com a notícia de que um tal Edu Casanova, célebre desconhecido da “axé music” recebeu R$ 800.000,00 da BrasiliaTur para divulgar o aniversário da cidade no carnaval baiano, e ainda, de quebra, o convite para escrever o hino dos 50 anos, uma letra por sinal medíocre, divulgada pelo Correio Braziliense. Poetas como Cassiano Nunes, Fernando Mendes Viana ou Renato Russo devem estar dando cambalhotas no túmulo... De tanto rir. Agora, na divulgação da programação das festividades de 21 de abril (http://www.youtube.com/watch?v=QkHSM6BkvM8, vídeo feito por Cacai Nunes), levamos um soco na cara, no formato de notícia de que para mostrar a “alma da cidade” (palavras do Sr. vice-governador), teremos como principais atrações Xuxa e Cláudia Leite, sem dúvida, duas das principais referências no que diz respeito ao que de pior a indústria cultural já produziu no Brasil nos últimos anos, com cerca de R$ 950.000, 00 de cachê só para as duas, sem contar o restante da programação. E tudo isso, segundo o Sr. Roney Nemer, demissionário da BrasiliaTur, com a anuência da Secretaria de Cultura do DF. E mais uma vez, os artistas da cidade são desrespeitados. Cabe-lhes apenas o papel de coadjuvantes em sua própria festa, em sua própria casa e de sua própria história.
Tais fatos, senhores, reflete um outro grande mal da política brasileira, ou seja, a velha fórmula do “pão e circo”. Os senhores adotam as mesmas e viciadas estratégias do coronel do cerrado Joaquim Roriz, que teve que renunciar ao cargo de senador, da mesma forma que o vosso governador José Roberto Arruda, diante de denúncias sobre querer se beneficiar de forma particular no uso de um cargo público. É aquela mesma visão política que entende o povo como “povão”, uma espécie de massa disforme sem identidade ou vontade própria; e não como gente que pensa, trabalha e sua na construção do país. Que não vê a arte como instrumento fundamental para a construção de um mundo melhor, e que ao mesmo tempo abre espaço para os oportunistas que se alimentam da miséria cultural para vomitar a alienação pérfida de todos os dias.
Pergunto: Os senhores se sentem bem concordando com tudo isso? Os senhores conseguem olhar para os próprios filhos todas as manhãs, sabendo que lá fora a cidade está ficando cada vez mais violenta, pois entre tantos fatores responsáveis por isso, é órfã de políticas culturais e educacionais que promovam a paz e a construção do pensamento crítico e cidadão? Os senhores se sentem realizados humana e profissionalmente nos cargos que ocupam ou se acomodam diante da transitoriedade de um cargo político abençoado por conchavos de bastidores, que após um “lava-mãos” regado ao cafezinho morno de uma repartição pública, suas consciências repousarão tranqüilas?
A classe artística de nossa cidade se sente cansada, usada, desrespeitada e violentada diante desse governo. Educação e cultura para os senhores são valores meramente imediatistas, e que, definitivamente, não constam de sua plataforma de projetos ou de trabalho.
Nosso alento, no entanto, é saber que vocês passarão (sem nunca terem vindo). Seria mais digno se os senhores colocassem seus cargos a disposição, pois a Secretaria de Cultura atualmente não passa de um simples anexo da BrasíliaTur.
Triste biografia.
Atenciosamente,
Adeilton Lima - Ator
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