segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

E a vida vai seguindo o seu rumo...

Hoje tive de pegar o carro e dirigir pra longe pela primeira vez. Bem, na verdade, meu destino não era tão distante assim da minha casa, principalmente pra quem é de Brasília. Tenho dirigido sepre que tenho oportunidade, mas geralmente pequenas distâncias. Mas em Kuala Lumpur, cheia de freeways e entradas e saídas mirabolantes, chegar a escola das crianças mais velhas pode se tornar uma tarefa deveras difícil. Principalmente se o seu Waze/GPS teima em não funcionar no seu celular. É o meu caso. Não tinha escolha: era preciso resolver a questão esta manhã. Como João estava trabalhando, o jeito foi eu combinar com Nina que ela ficaria em casa com os 3 pequenos enquanto eu me aventuraria pela cidade para chegar à sua escola. Até sugeri de virem todos comigo no carro, pra ela poder ser minha co-pilota, mas ela preferiu ficar em casa. Eles estão de férias natalinas e, durante as aulas, vão e voltam da escola de transporte escolar, o que é uma mão na roda, já que em KL, o trânsito pode ficar caótico em certos horários. Outra vantagem é que com o horário escolar deles, eles não pegam trânsito. O trajeto que deveria levar em torno de 20 minutos me custou 1 hora! Me perdi duas vezes até conseguir chegar na avenida principal a partir da qual sei seguir sem problemas até a escola. E a cada vez que me dava conta que estava perdida, ficava lá respirando fundo e tentando me achar com as placas. Sem contar que ainda não estou 100% acostumada à mão inglesa, não é? E, portanto, dirigir sem ter certeza absoluta por onde ir me toma muita energia! Mas, no final, deu tudo certo! Cheguei à escola, resolvi o que precisava e no caminho de volta, após ter enchido o tanque pela primeira vez sozinha, me perdi de novo! Acabei no centro da cidade tentando voltar pra casa. Mais umas voltinhas e já estava estacionada em uma barraquinha de comida malaia pra complementar meu almoço e o das crianças na esquina do condomínio. Como tinha feijão cozido, trouxe arroz, frango frito (as crianças adoram!), saladinha de broto de feijão e camarão ao molho apimentado. É incrível como o negócio da pimenta é questão de se aconstumar mesmo. Como como pouco na rua, e como minha comida é leve, porém não insossa, eu fico com vontade e como assim: comida apimentada e depois encho a boca de arroz pra aguentar! hahaha É uma delícia! Nossa vida aqui em KL vai seguindo e as coisas vão se ajeitando. Como não temos empregada, só uma faxineira filipina que vem uma vez por semana e fica por 5 horas, a questão das tarefas domésticas tem sido um tópico constante. Vivo dizendo que vou fazer um quadrinho e colocar o dia certinho de quem vai fazer o quê, mas nunca faço isso. Acabo me desgastando, gastando minha saliva, tendo que convencer a Nina, principalmente, da importância de todos trabalharmos pela casa. Acredito profundamente que ensinar meus filhos a participar das atividades domésticas e se sentir responsável pela casa onde vive é muito importante. Por um lado até gosto de não ter ajuda constante em casa, por causa disso. Mas é claro que às vezes bate aquela saudade da Betinha, minha fada-ajudante que foi tão importante pra mim e meus filhos nos quase últimos dois anos da minha vida. A maioria dos estrangeiros em KL tem empregada doméstica, inclusive morando em casa. Imaginem: europeus e americanos comuns, que em seus países de origem nunca poderiam ter acesso a isso, como no Brasil, se esbaldando com as possibilidades de ter empregadas, babás, tudo o que se imaginar por um preço que, para eles, é baixo. Não quero julgar ninguém, até porque tem mesmo essa mão de obra disponíve, de maioria filipina. Mas no nosso orçamento atual, pagando por 3 crianças na escola, em vias de pagar por mais 1, sendo duas em uma escola internaciontal caríssima, contando com o salário do João apenas, não cabe. E as pessoas daqui falam o tempo todo: como assim, não tem empregada? fazem tudo? mas é tão barato!!!... Das famílias que conheço e tenho um pouquinho mais de convicência, só uma não tem ajuda diária: minha vizinha de Singapura, mãe de 4 crianças também. É ótimo pra mim. Não me sinto tanto como um peixe fora d'água!... Os desafios tem sido constantes até porque agora trabalho em casa. Quero dizer, estou fazendo trabalho pra fora, em casa. Isso mesmo! Decidi me lançar na carreira de tradutora freelancer, com meus dois pares de língua: português<>inglês e francês>português. E que coisa incrível! Foi só eu me decidir, tomar algumas providências e... Já estou fazendo meu primeiro trabalho profissional! Não tem sido nada fácil, pois há prazos a cumprir e a vida dentro de casa não pára: vai no computador, trabalha um pouco; pára e vai trocar uma fralda de cocô; volta pro computador; vai saber qual é a gritaria no quarto; volta; levanta e vai cuidar da roupa; volta e trabalha mais um pouquinho; levanta e vai fazer comida; dá um peitinho; descansa, volta pro computador... E assim vai!... É loucura! Mas estou gostando bastante! Quando Nina e João podem me dão aquela mãozinha cuidando da galera pra eu trabalhar em silêncio: luxo, minha gente! Melhor ainda vai ser quando for paga... ui, nem quero imaginar! Vou fazendo e vou vivendo. A foto que vocês estão vendo foi tirado em uma noite, quando estava saindo da aula de yoga e o dono desse calhambeque lindo me viu tirando uma foto do carro dele e quis saber se eu queria entrar pra ele tirar uma foto e... Voilã! Até a próxima!

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