Ontem eu dei um depoimento em uma palestra conduzida por minha terapeuta sobre minha decisão atual de ser mãe simplesmente e integralmente. Foi um momento muito interessante. Estavam presentes meus sogros, minha cunhada, uma grande amiga da família, minha querida e pequena família nuclear, um casal grávido, outra grávida e duas outras mamães com seus bebês de idade similar a do meu. Ah, sim, e minha terapeuta com seu filho e uma amiga dele.
A palestra aconteceu no Espaço Ventre Livre, que é um espaço que se propõe basicamente a resgatar o feminino. Eles oferecem cursos de yoga (inclusive para gestantes), onde muitas das profissionais são doulas. Também há terapeutas na equipe, uma nutricionista, uma ginecologista obstetra, enfim: é um espaço para encontro entre mulheres (e homens também, claro) para que elas possam se abrir, se conhecer e trocar experiências.
Eu preparei uma apresentação curta e sucinta, explicando a minha herança matriarcal muito forte e como foi também minha primeira experiência como mãe: um pouco conturbada pela pouca idade e maturidade, misturada com estudos e trabalho... E finalmente, cheguei ao ponto crucial que era justamente o segundo filho e o desejo de ficar em casa me dedicando a essas duas crianças e à casa também. Também expliquei que eu entendo este momento como um momento profissional do João, uma vez que ele está aprimorando seu conhecimento, buscando uma possível nova área de trabalho, e ao mesmo tempo, provendo esta família com o que ela precisa.
É como se estivéssemos dizendo um ao outro: "vai, fica tranquilo que eu estou aqui". E ele responde: "ok, tô indo, mas volto daqui a pouco". E é isso o que estamos nos propondo a fazer. É como se eu estivesse gerando e nutrindo essas crianças uma segunda vez dentro da minha barriga, que agora é minha casa, para que elas possam ficar fortes o suficiente para saírem para o mundo exterioir mais fortes e confiantes no momento "certo".
Acho que foi bom ter ouvido de outras mulheres suas histórias e suas angústias ontem. Eu espero ter podido ajudá-las ou mesmo tê-las inspirado a fazer algo diferente do que está imposto a nós pela sociedade e nossa cultura - este modelo de produção. Ao mesmo tempo, deixei claro que esta minha decisão é por tempo indeterminado, mas que no futuro, não sei quando, acredito que eu também queira produzir coisas fora e trabalhar de novo. Mas quando esse momento chegar, quero que meus filhos e meu casamento estejam bem fortes para eu ter o apoio que precisar para realizar esses possíveis outros sonhos.
Fico muito feliz que você esteja mais tranquila com a opção pra este momento.
ResponderExcluirQue bom mesmo.
Leo