segunda-feira, 11 de julho de 2011

Da minha missão e do meu propósito

Hoje foi um dia estranho para mim. Dormi muito pouco, acordada várias vezes tanto pelo Iuri, que está de nariz entupido e tossindo, quanto pelo Gabriel, que acordou chorando duas vezes.

Eu tinha ido dormir relativamente cedo, mas com a madrugada super agitada e tendo que me levantar hiper cedo, comecei o dia "com o pé esquerdo": irritada, soltando grosserias para todo o lado. Felizmente, meu humor foi melhorando ao longo do dia e agora posso dizer que estou tranquila. Bom, não 100% tranquila, já que meus sentimentos também estão mexidos.

Digo isso porque estou um pouco confusa em relação a um propósito de vida que eu não consegui identificar ainda. Profundo, né? Alguns podem até pensar e me questionar: mas você não brigou e lutou tanto pelo seu desejo e direito de ficar em casa "maternando" em tempo integral? E eu vou dizer: sim, com certeza. E continuo "maternando" com vontade e amor em tempo integral. Porém, há algo que me inquieta e que meus filhos não podem suprir. Há algo que falta e que não tem muito a ver com eles, tem a ver comigo mesma.

Ser mãe para mim é uma missão, a mais importante deste momento. Um dos momentos mais gostosos de hoje foi quando saí só com o Gabriel para comprar pão. Ele se machucou logo na porta da saída do prédio e eu peguei ele no colo como se ainda fosse um bebezinho... E então eu percebi como era importante eu estar com ele naquele exato instante, abraçá-lo, poder consolá-lo e confortá-lo. Saímos e eu coloquei ele nas costas, "de cavalinho", e nós dois desfrutamos de alguns minutos de total alegria com a presença de um e do outro.

Talvez eu esteja simplesmente cansada do "batidão". Iuri é um bebê extraordinário, grande, forte e relativamente precoce. Mal completou 6 meses e já está engatinhando por toda a casa. É pesado e fica bastante no colo também. Na verdade, quando não está no chão ou dormindo no bercinho (que fica no nosso quarto), ele está comigo no sling. Acorda inúmeras vezes de madrugada; parei de contar e de olhar no relógio, já que não tenho hora marcada para acordar porque os outros estão de férias e acho que assim fico menos angustiada. Acho que ficou complicado para mim acordar quantas vezes for necessário de madrugada, já que a demanda por mim durante o dia é também incessante.

Como vocês sabem, sou assídua do blog Mamíferas, que hoje está lançando o site delas (venha ver que maravilha aqui), como se fosse uma revista. E eu fico sempre me perguntando: como elas conseguem??? Principalmente a Tata, que tem três filhos (duas gêmeas de 6 anoe e uma menorzinha de 2 anos e alguma coisa). Eu sei que ela é blogueira profissional, mas eu me questiono sempre como isso é possível? Ser a mãe que ela é, presente, ativa, consciente, de três crianças e ainda produzir textos como faz? Puxa, acho que sou uma desorganizada mesmo, mal consigo ver e responder e-mails; quanto mais dar conta de produzir textos em casa assim... sniff sniff

Sim, estou em crise; acho... Crise profissional? Talvez. Vejam bem, não é que eu tenha dado um tempo ou tirado uma licença da "carreira da minha vida". Tampouco não estou cuspindo no prato que comi. Fui professora de inglês por 10 anos e sou grata! Tenho certeza que tenho jeito para coisa, mas não sei se quero voltar para a sala de aula. Na real, estou é perdida em relação ao que quero fazer da minha vida. Ser mãe é intrínseco e natural para mim, é a minha missão. Mas ainda não é o meu propósito de vida; perceberam?

Não sei de nada, não sei para onde ir. Digo que vou fazer concurso no ano que vem (SERÁ?), queria me profissionalizar como blogueira (mas COMO?), mas também tem a formação em dançaterapia que eu fiz quase 1/3 e parei e quero voltar, enfim... "Só sei que nada sei", não é mesmo? Eu não estou dando um tempo de alguma coisa para voltar depois destes anos em casa. Eu simplesmente não tenho para onde voltar. Tenho que reconstruir, na verdade, construir um novo caminho para mim. E não sei por onde começar.

2 comentários:

  1. Querida,
    Tudo vai vir no seu tempo, como veio a sua maternidade. Agora algo novo está se aproximando, pouco a pouco, só isso!
    Beijinhos, esperando ver a todos logo, logo!
    Maria

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  2. Mamá, às vezes eu me pergunto como vc - e outras amigas que só cuidam dos filhotes - aguentam o tranco. Não sei o que seria de mim sem ter um tempinho para pensar em outra coisa, acho lindo esse talento de ser só mãe sabe, tem dias que eu solto fogo pelas ventas por tudo, uma loucura. Acho que é preciso muita paciência para lidar com essa mão-de-obra sem fim, né?!

    Beijos e espero que as coisas estejam melhores!

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