quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Picada de vespa longe da reserva

Hoje fui picada por uma vespinha no dedo médio do meu pé esquerdo. Isto foi no início da tarde e até agora meu pé está doendo e super inchado. Como tenho pés magrinhos, dá logo pra ver que tem algo errado...

Estava eu na rede, lendo e refletindo sobre o livro. De repente, percebo uma cosquinha entre os dedos do pé e descubro aquele insetinho. Eu disse pra ela ir embora, que não iria conseguir nada comigo. Me cobri e tentei me esconder no tecido da rede, mas quando eu achei que já estava livre dela, eis que ela me faz cosquinha de novo. Fui coçar e acabei por esmagá-la por entre meus dedos e foi aí que levei a ferroada.

Acontecimento interessante, visto que desde que nos mudamos pra chácara, ninguém havia ainda sido picado por um bichinho desses. E olha que acabamos de passar quatro dias no mato, no meio do Cerrado e ninguém foi picado também! Fizemos uma viagem curta até Pirenópolis-GO e nos hospedamos no Centro Caraívas, uma reserva ecológica a 7 Km de Piri na estrada de chão. Foi maravilhoso! Fomos a cachoeiras mais preservadas e reservadas, comemos super bem nessa pousada. Um lugar feito e cuidado com muito carinho. Conhecemos pessoas especiais e saímos de lá com vontade de voltar e partir também para novas aventuras.

Foi um momento de limpeza, de nos centrarmos. E as crianças? Adorando! Desde o início, Gabriel já estava se sentindo em casa, feliz da vida! Nina não saía da água nos passeios e só queria saber de brincar (e pra que mais?). João conseguiu relaxar, nós ficamos muito juntinhos e conversamos muito. Sabemos que este momento difícil que estamos passando vai efetivamente passar e que este momento não é um problema, é o presente. Eu confio, eu sei...

É realmente incrível a serenidade com que tenho vivido nos últimos tempos. Pessoas que me conheceram em outros momentos podem até se perguntar: mas hein, que bicho mordeu a Maíra? E eu diria, pois é: fui picada e fisgada pelo pé, que me conecta com a Terra, minha mãe, que me possibilita ficar em pé, livre no ar, que dá asas ao meu corpo, que flui na água e que queima e se transforma no fogo da vida. E que vespas, abelhas e marimbondos podem vir, que nenhum deles vai me derrubar! Rá!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Bloco da Tesourinha X Galinho de Brasília

Quarta-feira de Cinzas, mais um dos meus ciclos se iniciou ontem e tenho o que contar do Carnaval que acabou de acabar. Felizmente, não tive uma TPM aguda como a passada, com direito a cólicas e tudo mais. Ainda bem! Tive sim, no último dia antes do ciclo reiniciar, a alegria de participar do bloco de Carnaval mais novo e mais carinhoso de Brasília, o Bloco da Tesourinha, da 410 norte.

Embalados pela banda de pífanos Ventoinha de Canudo, participamos da concentração e do "passeio" de ida e volta até a tesourinha da 210/209 norte, ao som de marchinhas consagradas e ao ritmo do frevo animado. Um carnaval feito com muito carinho, para as crianças e seus pais arrastar os pés, cantar e dançar e se divertir juntos! Por sorte, eu havia encontrado uma amiga antiga (flautista) no domingo em um restaurante, que falou do seu trabalho no dia seguinte, e eu , intuitivamente, me animei toda.

Na segunda-feira, então, contrariando meu corpo que estava desejoso de ficar em casa, fui pra rua com meu marido e minhas crianças, para encontrar na pracinha da 410 um pessoal bonito, animado, dançando com os pés no chão! Pena que não podemos ficar muito de início, pois tínhamos combinado de irmos ao Galinho de Brasília, como vamos todos os anos. Mas que decepção! Saímos de um carnaval simples e amoroso para um carnaval que se perdeu na sombra do Setor Bancário Sul. Se perdeu porque a banda agora toca em um trio elétrico alto, longe dos foliões e das crianças, a principal atração deste que já foi o bloco mais querido desta cidade. O local atraiu outro público, não tinha nenhum verde, como no ano passado, quando o bloco teve que se refugiar no eixão por causa da confusão desmensurada e violenta do ano anterior.

O que fazer? Desmarcamos com todo mundo e avisamos que voltaríamos ao Tesourinha. E foi a melhor coisa que poderíamos ter feito! Voltamos e o clima continuava agradável, os tocadores de pífano e os percussionistas super felizes e as pessoas que ali estavam, mais ainda! Andamos com eles, Nina com os primos, eu com Biel no sling, fomos cantando e dançando... uma delícia! E a participação da polícia militar, pasmém, foi dez! Graças a eles, o bloco pôde fazer seu percurso completo de ida e volta na tesourinha, dividindo de forma segura o espaço com os carros.

Terça de carnaval, ontem, nós quisemos aproveitar um pouco mais deste novo bloco querido e voltamos! Havia menos pessoas, mas a animação e o clima de carinho era o mesmo. Na hora da saída, uma surpresa: um grupo pequeno de Maracatú veio vindo do outro lado, com sua percussão altíssima e seus participantes maquiados e fantasiados (tinha até um com aquela cabeleria ET típica e maravilhosa de maracatú...). Houve interação, foi interessante. Mas infelizmente, o bloco não tinha gente o suficiente para sustentar duas bandas ao mesmo tempo. Mas o pessoal do pífano, muito elegantemente, soube balancear a presença do outro grupo e seguir e fazer sua festa, com certa cacofonia, é verdade, mas com o mesmo bom humor e brilho.

Estão todos de parabéns! Aos que eu conheço: Davi da flauta e Dani, amiga das antigas, aos famosos e ilustres ali presentes, aos organizadores, que até suco de fruta natural ofereceram de graça para todos que quiseram espantar o calor... Enfim, estou muito feliz de ter participado desta festa lindíssima! AXÉ!!!

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Delícias de um fim de tarde ensolarado

Horário de verão vai chegando ao fim e vai cansando da gente madrugar todo dia. Porém, o fim do dia pode trazer muitas surpresas. Hoje, por exemplo. Eu tinha passado a tarde inteira fora de casa com a Nina, porque era o primeiro dia de natação, seguido de ginástica rítmica. Um calorão, mas enfim deu tudo certo e conseguimos chegar em casa após certo atraso.

Crianças descalças, Nina só com o maiozinho da ginástica e todo mundo lá fora. Pé no chão, ou melhor, na grama. Fiquei admirando boquiaberta meus girassóis, que já têm quase dois metros de altura e estão em flor! Demos estrelinhas mil; Nina fez várias bananeiras e Gabriel acompanhando, do seu jeito. Aí Nina sobe no bico-de-papagaio e o pequeno quer subir também. A gente dá um jeito.

Gabriel adora "mergulhar" na grama alta e fofa. Então, a gente fica pelo chão, brincando. De quê? Aviãozinho, cavalinho, abraços e beijinhos, risadas... E aí papai pergunta: cadê o gato? Acabou de subir no pé de jambo. Detalhe, esta árvore tem um tronco liso e reto de uns quatro metros, que nosso gatinho dócil, porém muito selvagem, sobe "de quatro": se segurando e subindo com as garras e as patas todas ao mesmo tempo. Sua motivação: aparentemente há um ninho cheio de filhotes lá em cima, mas felzmente o ninho está muito alto e Hello Kitto desiste da empreitada descendo da árvore de costas. (!)

Não sei exatamente por que nós curtimos tanto essa vida bucólica. Às vezes me pergunto se é por que crescemos em apartamentos, mesmo tendo tido muito espaço público aberto, com sol, céu e grama, afinal crescemos no Plano Piloto, a ilha da fantasia (pelo menos quando éramos crianças). Mas será que é só isso?

Eu fui uma criança e adolescente meio "fresca": não gostava de andar descalça, nem de "mato". Mas hoje sinto-me parte integrante e ativa da natureza. Sinto a força que vem da terra e me ajuda a estar presente com mesu filhos e viver o momento com eles. Sei também do privilégio que é para crianças poderem viver assim, livres na grama, brincando de colher flores, catando e comendo acerola do pé, subindo em árvores... é isso! Sou muito grata. Queria dividir estes sentimentos com a palavra escrita. Um ótimo fim de tarde hoje e todos os dias para todos nós!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Eu comigo mesma nesta linda manhã

Bom dia! Hoje estou tendo uma manhã altamente atípica. Bom, tudo começou ontem à noite. Nina tinha passado a tarde na casa de uma amiga da escola e no fim do dia, ligou pro papai pedindo para dormir lá. Ele, cansado e com muito calor, tomou a decisão unilateral de deixar, sendo que hoje elas têm aula. Bom, fim do dia sem filhota. OK.

Depois, o marido e papai das crianças decide sair com os amigos, mas antes iria levar umas roupinhas para Nina e emendar com a saída. Fiquei irritada porque primeiro ele não quis pregar as estantes do Gabriel em seu quarto, sendo que dentro em breve temos que devolver a furadeira à sua dona e que as estantes já estão aqui faz tempo. Segundo, porque decidiu tudo sozinho e eu ia ficar aqui só com Gabriel... João disse que eu tinha que entender o seu ritmo, que ele aceita e respeita o meu ciclo. Ok, discutimos, ele saiu, mandei mensagem, ele me ligou. Conversamos.

Botei Biel para dormir e vim para o computador crente que estaria cheia de energia para escrever. Doce ilusão: meia hora depois estava morta de sono. Fui ler um pouquinho e apaguei. Gabriel não acordou esta madrugada (milagre?) e eu vi quando meu maridinho voltou para casa. Mas fiquei esperando em vão que ele viesse se deitar comigo. Ele preferiu dormir no quarto da Nina, no aconchego da porta fechada, já se protegendo dos sons estridentes da manhã. Mas o que ele não sabe (ainda) é que Gabriel só acordou às 5:30, mamou, deitou comigo de novo e apagou!

Ou seja: eu me levantei na hora de costume (umas 6:20), só que desta vez estava completamente LIVRE para fazer o que queria, visto que não tinha que cuidar de nenhum filho, nem de marido! Acendi minha vela, meu incenso do Arcanjo Gabriel, que traz "sucesso e boas notícias", fiz os exercícios tibetanos da manhã, meditei, pedi, agradeci, fiquei na minha. Tomei café da manhã, li uma meditação diária do Osho, que falava sobre a imensidão que deve ter o nosso céu interior, imitando o céu exterior: sem limites! Que temos que dar espaço para o coração, pois a mente ocupa muito espaço e não deixa espaço para ele. Ou seja, esvaziar a mente, para deixar o coração se pronunciar. Busquei o jornal, li sobre a obra prima de Salinger, fiz minhas necessidades fisiológicas, troquei de roupa, arrumei minha cama e vim para cá!

Para o resto da manhã, planejo brincar com meu neném, praticar mais exercícios de dedilhados no violão - sim! Estou "tocando"! Acho que chegou a hora de me realizar na música (risos). Principalmente agora que dedico meu tempo e meu conhecimento em música para dar apoio ao estudo do violino com minha filha. Ela está arrasando. Depois de 40 dias sem tocar (férias, claro), voltamos a estudar esta semana e é como se ela não tivesse parado de tocar. Coisa mais incrível! Em breve, farei um post sobre a educação musical de meus filhos como parte intrínseca do que é a infância nesta casa.

Também pretendo organizar a roupa limpa, já que o almoço já está pronto (ontem tive a presença bendita de Divina) e receber minha filhota na hora da fome de braços abertos! E hoje à tarde, receberemos visitas muito especiais: Maria Alice vem com seus dois pimpolhos, pra gente juntar a galera e rir um pouquinho juntas, trocar figurinhas sobre nossos filhos e nossas vidas de donas de casa, eu daqui, e ela da Bélgica!

Um xêro (como dizem os pernambucanos queridos) para todos e tenham um bom dia!
P.S.: estou querendo mudar o visual do blog e por isso vou testar novos layouts. mas não se preocupem, sou eu mesma!